domingo, 12 de agosto de 2012

DAS CALUNIAS ÀS REALIDADES


A situação na Colômbia e o projeto das FARC-EP
Influentes media norte-americanos manifestaramas
por Miguel Urbano Rodrigues
Mídias  influentes norte

Mídias influentes norte-americanas  manifestaram nas últimas semanas inquietação com a situação político-econômica e militar na Colômbia, o aliado preferencial dos EUA na América Latina, apresentado habitualmente como modelo democrático para o Hemisfério.

A grande Marcha Patriótica, promovida pelo Movimento Colombiano para a Paz com o apoio de dezenas de organizações democráticas, demonstrou o repúdio do povo colombiano por um sistema de poder que, sob uma fachada institucional democrática, atua como neofascista. O desrespeito pela soberania de estados vizinhos é prática rotineira do governo de Bogotá.
As FARC-EP expressaram bem essa realidade ao defenderem a criação de uma ampla frente de resistência capaz de unificar na luta as forças que combatem o regime oligárquico, e mobilizar os trabalhadores contra o sistema em grandes ações de massas.

A lenda negra, forjada pelo imperialismo, que difunde da guerrilha a imagem de uma organização terrorista ligada ao narcotráfico, tem dificultado muito a concretização desse objetivo. AS FARC são acusadas de radicalismo e o governo repete exaustivamente que o seu programa é utópico.

É falso.

AS FARC-EP defendem a unidade na luta do movimento operário, camponês, de sindicatos, de indígenas, negros, desempregados, mineiros, estudantes, pequenos e médios empresários, comerciantes, intelectuais, professores, partidos e movimentos de esquerda.

O seu programa não é radical.
No seu comunicado de 22 de Julho pp. o Secretariado do Estado-Maior Central das FARC-EP sintetiza num parágrafo esse programa:
"Um governo democrático, amplo, pluralista poderá, finalmente, cortar as amarras que atam os colombianos à horrível noite da violência. Possibilitar acordos de paz, construir umas forças armadas que defendam o interesses de todos os cidadãos e não os da casta antipatriótica, materializar uma existência democrática na qual a voz das maiorias seja a que determine o caminho a seguir, encaminhar o país para um desenvolvimento econômico baseado na produção e no trabalho de todos os colombianos, zelar pela saúde, a educação, o emprego e o bem-estar geral, sem favoritismos, entregar a terra a quem a queira e possa trabalhar, apoiados na sua atividade e crescimento, usar os recursos naturais para o bem comum, resgatar as nossas culturas e encontrar solução justa para os mais graves problemas sociais".
Por que recorreram as FARC-EP à luta armada, conscientes de que essa opção somente é hoje possível em condições históricas, geográficas e sociais excepcionais?

O Secretariado do seu Estado-Maior responde:
"Queríamos, sonhávamos com uma mudança pela via pacífica e democrática, mas todas as portas nos foram fechadas violentamente uma e outra vez desde o governo de Guillermo Leon Valencia. Hoje podemos garantir que um diálogo distante e nas costas do país, como pretende Santos, apenas contribuiria para intensificar mais a confrontação. Permanecemos atentos ao avanço da rebeldia popular e à organização dos debaixo. Com eles estaremos em todos os cenários a que os conduza a sua ação pela paz e a mudança. Seja qual for o rumo que o destino ofereça ao esforço para democratizar a Colômbia, hoje imensamente renovado e latente, as FARC-EP estarão sempre ao lado do nosso povo. Venceremos com ele, juramos".
A linguagem expressa bem o espírito de uma guerrilha. Uma guerrilha que se bate há meio século contra a oligarquia mais reacionária da América Latina, aliada do imperialismo.
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/

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