sábado, 10 de agosto de 2013

A ESPANHA AOS PÉS DA MULTINACIONAL PREDATÓRIA


O Estado espanhol é a última colônia de Monsanto
Enquanto a Monsanto  se retira da UE, por falta de interesse e polêmica que envolve os transgenicos, a Espanha aumentou em 20% o número de hectares de cultivo no ano passado. Representam 67% dos experimentos ao ar livre e 90% da área com organismos geneticamente modificados na Europa.
 A praga que tem conseguido acabar com  as sementes transgênicas na maior parte da Europa não tem sido outra senão a crescente rejeição da sociedade e da classe política aos organismos geneticamente (OGM) modificado. A Espanha, onde sucessivos governos têm sempre apoiado a indústria de biotecnologia, sobrevive contra a corrente como a última esperança européia de um setor que, com exceção dos EUA e Canadá, obtém potenciais benefícios das terras de países em desenvolvimento.
A menos de um mês, a Monsanto, a maior produtora mundial de sementes geneticamente modificadas do mundo, anunciou sua decisão de retirar todas as solicitações de novas culturas geneticamente modificadas na União Européia. A multinacional dos EUA,tomou essa atitude devido à "falta de perspectivas comerciais" para a biotecnologia na região. Os cinco pedidos para plantar variedades de milho, soja e beterraba açucareira da Monsanto levam anos esperando que a Comissão Européia dê o visto definitivo, mas a forte oposição da opinião pública,somada ao veto contra os OGMs na França, Alemanha, Grécia, Luxemburgo, Bulgária, Austria e Hungria, mantém o vetado o processo de aprovação.
"A Comissão pode aprová-las, mas é um risco que ninguém está disposto a assumir, porque a população iria pressionar e porque tampouco tem despertado grande interesse entre os agricultores", diz Blanca Ruibal, responsável pela Agricultura e Alimentação da ONG Amigos da Terra. Há um ano e meio, também a empresa química alemã BASF desistiu de desenvolver cultivos transgênicos na Europa e transferiu suas operações de pesquisa para os Estados Unidos pela falta de apoio dos países da UE.
A Associação Espanhola de Empresas de Biotecnologia (EuropaBio), que reúne entidades que desenvolvem atividades  na área de biotecnologia na Espanha, acredita  que as proibições de alguns países aos OGM são "ilegais" porque a decisão é da responsabilidade da Comissão e não dos estados particular.
O respaldo aos  OGMs na  Espanha não é muito maior do que no resto da Europa. Na verdade, a rejeição é  majoritária. A última pesquisa sobre biotecnologia publicado em 2010 mostra que 53% dos espanhóis se opõem a técnica de inserção de genes de outras espécies em uma fruta para torná-lo mais resistente. O apoio diminuiu significativamente desde 1996, quando foi de 66;  em 2010, para 31%. A indústria não esconde suas intenções. O Grupo de Trabalho da Agricultura e do Meio Ambiente ASEBIO,  coordenado pela Monsanto, estabelece entre suas missões a de "ajudar a desbloquear os obstáculos administrativos ao aumento do uso da biotecnologia na agricultura." O grupo observa que "tem participado em várias consultas sobre a legislação" e na Comissão do Meio Ambiente da CEOE.
"Há um interesse por trás disso tudo  para provar que os transgênicos estão em constante crescimento e estão sendo aceitos pelos agricultores", diz Luis Ferreirim, do Greenpeace. Ferreirim garante que o número de hectares divulgados pelo Ministério são apenas "estimativas" que não correspondem com a realidade, uma vez que eles são baseados em dados de vendas de sementes fornecidos pela própria indústria. "Nem todas as sementes são usadas, os hectares reais são muito menos", diz ele.
Os grupos ambientalistas há anos vêm exigindo do Governo que faça  um registro público, com a localização exata das parcelas onde  os OGM são cultivados, tal  como solicita uma diretiva européia. Sua principal denúncia é que ao ignorar essa informação, os agricultores convencionais não podem evitar uma hipotética contaminação causada por plantas  geneticamente modificadas. Muitas delas ainda são culturas em fase de experimentação realizadas ao ar livre. "Estamos falando sobre as plantas as quais foram inseridos outros genes e que não se sabem  como reagiram. Além disso polinizam facilmente", diz Ruibal.
Fonte: HTTP://m.publico.es/461043

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