segunda-feira, 28 de outubro de 2013

OS VAMPIROS DO CAPITALISMO(IV)


OS 161 VAMPIROS DO CAPITALISMO PARTE IV
Sete das dez principais firmas de administração de ativos estavam entre as dez principais firmas mais centralizadas do estudo suíço.

Decidimos identificar as pessoas nos conselhos de administração das dez principais firmas de administração de ativos e das dez corporações mais centralizadas. Com sobreposições há um total de treze firmas no nosso estudo: Barclays PLC, BlackRock Inc., Capital Group Companies Inc., FMR Corporation: Fidelity Worldwide Investment, AXA Group, State Street Corporation, JPMorgan Chase & Co., Legal & General Group PLC (LGIMA), Vanguard Group Inc., UBS AG, Bank of America/Merrill Lynch, Credit Suisse Group AG, and Allianz SE (Owners of PIMCO) PIMCO-Pacific Investment Management Co. Os conselhos de administração destas firmas, totalizando 161 indivíduos, representam o núcleo financeiro da classe capitalista transnacional do mundo (para mais pormenores, ver Apêndice).

Coletivamente, elas administram US$23,91 trilhões  em fundos e operam em aproximadamente todos os países do mundo. Os US$23,91 trilhões  não incluem os saldos de capital (equity balances) – os quais contam-se em  trilhões de dólares – que cada uma destas firmas possui em ativos da companhia. Nem tão pouco incluem os US$18,8 trilhões de controlados pelas vinte e cinco mais valiosas firmas seguintes de administração de activos.

O banco Barclays, a mais rica corporação centralizada do mundo, vendeu sua divisão de gestão de ativos globais à BlackRock em 1009. O resultado é que a BlackRock é agora a maior firma única de administração de ativos, embora o Barclays permaneça uma das mais ricas firmas centralizadas com ativos da companhia de US$2,41 milhões de milhões.
[22]

Entender o núcleo financeiro da classe capitalista transnacional

Os 161 administradores das treze mais centralizadas/maiores firmas de administração de ativos representam o núcleo do capital internacional. Como tais, estas 161 pessoas partilham um objetivo comum de máximo retorno sobre investimentos para os seus clientes e procurarão alcançar retornos por vezes por quaisquer meios necessários – legais ou não.

As autoridades têm considerado os maiores bancos como "demasiado grandes para falirem" e têm respondido às atividades criminosas dos bancos com reformas fracas e sem processos.
[23] O governo americano recusou-se a processar quaisquer responsáveis da multidão de bancos que têm lavado milhares de milhões de dólares para cartéis ilegais de droga. Corporações bancárias poderosas, tais como o JPMorgan Chase, têm continuamente recusado cumprir com leis americanas anti-lavagem de dinheiro. [24]

Esta recusa em processar é frequentemente louvada como um movimento honroso que serve para proteger todos os indivíduos da devastação. Assim, o assistente do Procurador-Geral Lanny A.Breuer explicou a recusa em processar o banco HSBC:
Se as autoridades dos EUA tivessem decidido insistir em acusações criminais, o HSBC quase certamente perderia sua licença bancária nos EUA, o futuro da instituição ficaria sob ameaça e todo o sistema bancário teria sido desestabilizado. [25]
Estas poderosas corporações não são consideradas apenas "demasiado grandes para falirem", elas parecem terem-se tornado demasiado grandes para se distinguirem. Tradicionalmente, os bancos têm sido entendidos como entidades separadas, a competirem uns contra os outros a fim de incitar consumidores a depositarem fundos e investirem. Tal competição teoricamente força bancos a competir para oferecer as melhores taxas. Contudo, na realidade estes bancos descobriram que competir uns contra os outros era menos lucrativo do que trabalharem em conjunto. Percebendo que o seu interesse está no trabalho conjunto, o núcleo financeiro da CCT foi altamente motivado para juntar forças – legalmente ou não – para manipular leis, políticas e governos para o seu benefício.

As consequências da falta de competição na indústria bancária são devastadoras. Considere-se, por exemplo, escândalos de fixação de preço tais como o Libor ou ISDAfix. O JPMorgan Chase, o UBS e o Barclays (entre treze outros) estiveram implicados no escândalo Libor, falsificando dados que eram utilizados para criar taxas de referência (benchmark rates).
[26] Baseadas em dados falsificados, aquelas taxas afectaram os preços de tudo, desde automóveis, casas e empréstimos a estudantes até cartões de crédito, hipotecas e empréstimos comercias, e até mesmo o preço das próprias divisas. A Financial Services Authority no Reino Unido multou o Barclays em US$450 milhões e vários outros bancos ainda estão sob investigação. [27]

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