quarta-feira, 6 de agosto de 2014

OS EUA EO MÉDIO ORIENTE (I)




"A expansão do império americano através do norte de África e Médio Oriente foi montada com o armamento e financiamento de estados-vassalos para servirem de postos avançados. O arco de bases militares imperiais americanas que se estende do Egito, através de Israel, da Turquia, da Jordânia, do Iémen, do Iraque, do Bahrain e da Arábia Saudita, está protegido por uma série de campos prisionais contendo dezenas de milhares de prisioneiros políticos. " (James Petras)           


Egito: Estado vassalo estratégico

Desde há muito estado vassalo e o maior país árabe do Médio Oriente, a atual ditadura militar do Egito que resultou de um golpe em Julho de 2013 lançou uma onda de repressão selvagem a seguir à tomada do poder. De acordo com o Centro Egípcio dos Direitos Sociais e Econômicos, foram presos entre Julho e Dezembro de 2013 21.317 manifestantes pró-democracia. Em Abril de 2014, foram encarcerados mais de 16.000 presos políticos. Os julgamentos sumários por tribunais ad-hoc resultaram em penas de morte para centenas e longas penas de prisão para a maior parte. O regime de Obama recusou chamar golpe ao derrube militar do governo Morsi democraticamente eleito, para poder continuar a fornecer ajuda militar à junta. Em troca, a ditadura militar continua a apoiar o bloqueio israelita a Gaza e a apoiar as operações militares dos EUA no Médio Oriente. A ajuda dos EUA ao Egito: bilhões para ditadores

O Estado policial egípcio é uma âncora do “arco imperial” dos EUA desde o norte de África até ao Médio Oriente. O Egito esteve ativamente empenhado na desestabilização da Líbia, do Sudão, do Líbano, da Síria e colaborou com o desalojamento dos palestinos por Israel. A ditadura de Mubarak recebeu de Washington 2 bilhões de dólares por ano – cerca de 65 bilhões para os seus serviços imperiais. A ajuda dos EUA reforçou a sua capacidade para encarcerar e torturar ativistas pró-democracia e sindicalistas. Washington prosseguiu o apoio militar ao regime ditatorial depois do golpe militar contra o primeiro governo democraticamente eleito do Egito na ordem de 1,55 bilhões de dólares para 2014. Apesar dos “sinais de preocupação” pelo assassínio de milhares de manifestantes pró-democracia pelo novo homem forte militar, general Abdul Fattah al-Sisi, não houve qualquer corte no financiamento para o chamado “contra-terrorismo” e “segurança”. Para continuar a financiar a ditadura sob legislação do Congresso dos EUA, Washington recusou caracterizar a tomada violenta do poder como golpe, referindo-se a ela como uma “transição para a democracia”. O papel chave do Egito na política externa dos EUA é a proteção do flanco ocidental de Israel. A ajuda dos EUA ao Egito é produto da pressão e influência da configuração de poder sionista no Congresso e na Casa Branca. A ajuda dos EUA está dependente do “policiamento” da fronteira de Gaza pelo Egito, garantindo que o bloqueio por Israel é efetivo. A Casa Branca apoia a repressão pelo Cairo da maioria nacionalista e anticolonial dos egípcios contrária ao desalojamento dos palestinos. Uma vez que são os interesses israelitas a definir a política externa dos EUA no Médio Oriente, o financiamento por Washington da ditadura carcereira do Egito está de acordo com a estratégia sionista de Washington.

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