domingo, 6 de março de 2016

EIS AS DESCULPAS DE UM EX-COMUNISTA TRAIDOR

Cansei desta farsa

Por Fábio Campana
“Não há no mundo alguém mais honesto do que eu”, repete Lula, um artista da política que foi capaz de enganar a maioria dos brasileiros por muito tempo. Devemos reconhecer, é ator populista de raro talento. Seu desempenho no papel de vítima agora sensibiliza corações e mentes até de pessoas que considero inteligentes e preparadas.
Lula é esperto. Malandro. Quer manter vivo o personagem que criou para mistificar milhões de brasileiros. Adora vender a imagem do homem comum, do político honesto que exerceu o poder em sua plenitude e permaneceu impermeável às tentações. Que é atacado porque defendeu os interesses dos miseráveis. Palhaço. É capaz de se expor nas ruas de São Bernardo como homem de hábitos simples, barriga de fora, a carregar na cabeça uma caixa de isopor cheia de cerveja.

Farsa, pura farsa. Lula não escapou dos vícios que o poder oferece aos governantes à sombra do estado patrimonialista. Acostumou-se com a vida faustosa. O petista se tornou milionário. E a origem do dinheiro que ele acumulou, em boa parte, está nas empreiteiras acusadas de participar do bilionário esquema de desvio de dinheiro da Petrobras. Diga-se, um vício antigo. Bom lembrar que Paulo Francis morreu de enfarto em meio a disputa judicial causada pelas denúncias que fez da Petrobras.
O mito Lula começou a desabar. As investigações da Lava-Jato revelaram o ex-presidente, seus filhos, parentes, amigos e aliados a chafurdar em gigantesco pantano mal cheiroso da corrupção.
O mesmo faz Dilma Russeff, boa aprendiz de Lula. “Nunca fui acusada de desonesta, não tenho conta no exterior, não usufrui de bem ou dinheiro públicos para enriquecer”, repete a perturbada Dilma. Assim procura escapar de um julgamento político, enquanto o verdadeiro ocorre no Tribunal de um juiz de primeira instância, Sergio Moro, que se pôs à frente das investigações sobre o maior caso de corrupção continuada do planeta.
Premida pelos clamores de saneamento moral, Dilma sacou uma bandeja de prata para oferecer em sacrifício a cabeça de alguns de seus sócios no condomínio que dirige. Atribui a eles toda a corrupção revelada pela Operação Lava Jato. Procura atingir seu principal desafeto político, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, do PMDB, que tem muita culpa em cartório, comprovadas pelas contas secretas em bancos da Suíça e outros paraísos fiscais. Os dois se merecem e enquanto havia a certeza de que um poderia favorecer o outro para escapar da polícia, se entenderam perfeitamente.
Quem não os merece somos nós, os brasileiros espectadores dessa farsa do combate à corrupção onde ninguém aceita o papel de vilão. Ora, a Petrobras foi espoliada, vilipendiada, estuprada pelos governos Lula/Dilma e arma-se essa farsa das vestais de Brasília.
Agora que o cerco apertou, Lula lança mão de outra estratégia. Aposta nas ruas, na escaramuça nas ruas, na radicalização que pode colocar em risco as nossas pobres instituições democráticas. Será seu maior crime. O triste é ver gente a apoiá-lo porque acredita em suas balelas, em seu discurso cuidadosamente imperfeito a tropeçar na gramática e a estuprar a última flor do Lácio.
Tudo bem, o Brasil sempre se amparou em grandes equívocos. Há porções da esquerda nativa que ainda veneram a memória de Getúlio Vargas, um ditador tropical que torturou, matou, censurou e imitou Mussolini. Enfim, somos vítimas de nossa própria ignorância enquanto povo, Nação, de 200 milhões de habitantes em que a maioria não lê, mal sabe as quatro operações e acredita em vendedor de felicidade imediata numa pentecostal qualquer.

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